Elástico

 Eu virei um elástico. Um elástico mulher/multifuncional na pandemia.

 Algumas vezes esse elástico sentiu a pressão de tudo ao mesmo tempo entre tantos equilíbrios necessários pra se dar conta. Outras vezes, se esticou tanto que voltou que nem baladeira e tudo teve que ser repensado, refeito. 

Assim cheguei a querer ter nascido homem. Com boa probabilidade de não ser tão multifuncional e não precisar virar elástico. O problema de ser elástico é que ele tem um limite, reconhecendo-o, entendo que nenhuma mulher deveria ter que assumir tanto, mas a sociedade e seus papéis com peso das notas e entrelinhas nos conta algo da tradição que não foi traduzido: a mãe passa pra filha e assim por diante... um elástico dá nó no outro e vira uma corrente…

Chega o momento que o feminismo é silenciado no atarefamento do ensino remoto e na quantidade de trabalho de casa... como estão as mulheres mães trabalhadoras na pandemia?


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