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Mostrando postagens de dezembro, 2021

Elástico

  Eu virei um elástico. Um elástico mulher/multifuncional na pandemia.  Algumas vezes esse elástico sentiu a pressão de tudo ao mesmo tempo entre tantos equilíbrios necessários pra se dar conta. Outras vezes, se esticou tanto que voltou que nem baladeira e tudo teve que ser repensado, refeito.  Assim cheguei a querer ter nascido homem. Com boa probabilidade de não ser tão multifuncional e não precisar virar elástico. O problema de ser elástico é que ele tem um limite, reconhecendo-o, entendo que nenhuma mulher deveria ter que assumir tanto, mas a sociedade e seus papéis com peso das notas e entrelinhas nos conta algo da tradição que não foi traduzido: a mãe passa pra filha e assim por diante... um elástico dá nó no outro e vira uma corrente… Chega o momento que o feminismo é silenciado no atarefamento do ensino remoto e na quantidade de trabalho de casa... como estão as mulheres mães trabalhadoras na pandemia?

Uma mãe desfolhada

  Uma mãe desfolhada... Olho através da janela e lembro da manhã em que percebi a árvore amada toda repleta de novos brotos. Pequeninas, belas e brilhantes folhas ao sol, tão alheias aos dias cinzentos que aqui dentro se faziam. Ontem ri alto... com vontade. Que estranha e doída sensação a de seguir. Como fazer conviver as pequenas alegrias do dia a dia e a percepção da ferida que não se fechará? As folhas da árvore adotada já cresceram um pouco mais. Há tempos ela te mostra as perdas e as belezas do contínuo transformar que é a vida. Que jamais se percam em ti a capacidade e o desejo de seguir reparando.

Devaneio

  apagou se esvaiu esgotou um devaneio no meio da solidão uma ambição que veio do coração de repente tudo Parou mas o tempo não acompanhou e assim se fez um mês um semestre um desastre na televisão o mundo parou ao meu redor eu senti a dor meus amigos lutaram tentaram VENCERAM mas se foram e no momento a única coisa que fica é a solidão e a vontade de ser quem fica quem fica e quem conta quem fica e quem multiplica

Rua das Laranjeiras

  Rua das Laranjeiras, S/N Encontrei esta iniciativa maravilhosa despretensiosamente e se você é como eu e acredita que nada é por acaso deve prosseguir a leitura destas linhas. P.S:. Caso negativo, você também deveria continuar (risos). Acho que é a primeira vez que me deparo com a possibilidade da escrita para mim mesmo. Comecei recentemente um diário, onde compartilho de ideias semelhantes a este texto, mas nada muito obrigatório e expositivo aos demais. Certas iniciativas que pareciam ser “antigas” demais para o mundo moderno atual parecem terem tido um novo “look” nos tempos pandêmicos. Confesso que hoje tenho receio de perguntar se as pessoas andam bem. Nunca sabemos como o outro está, não é mesmo? Tento aplicar esta pergunta a mim mesmo. Ainda que alguns dias sejam melhores que outros. Ainda nesta reflexão não posso ser ingrato. Já viu o quão a pandemia acirrou ainda mais a desigualdade, o preconceito, a fome, o desemprego, a falta de oportunidades e afins neste país? Quando pen